O mês de
abril é lembrado pelo dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado no
dia dois. Diagnosticar autismo não é tarefa fácil. Cada criança é singular e
não necessariamente apresenta todos os sintomas que outra tem. O Transtorno
Espectro Autista é um transtorno de desenvolvimento complexo do cérebro, que
pode ser diagnosticado antes do nascimento e compromete as habilidades de
comunicação e interação da pessoa.
Muitas vezes essa descoberta é feita dentro de
sala de aula. É o caso da Juliana Oliveira que foi aconselhada pela médica da
família a levar seus filhos gêmeos ao neurologista, já que não é comum a
criança não olhar e manter o olhar para as pessoas, como os filhos de Juliana,
porém a mãe se negou a procurar a ajuda de um especialista. O segundo
diagnóstico veio a partir da professora do Maternal, Roseli Hanck, que notou a
diferença nas crianças. “Antes de falar com os pais e fazer um laudo, eu
observo a criança, faço testes, porque o problema de interação nem sempre é
autismo”.
Mesmo com a variação de sintomas, existem
alguns que são cruciais para o diagnóstico: o modo de se relacionar ou não com
as pessoas, dificuldade na comunicação e o comportamento estereotipado ou
repetitivo. Outros diagnósticos é o estresse da criança e a dificuldade de se
colocar no lugar do colega.
Juliana diz que ficou de luto depois do diagnóstico!
Não entendia sobre a doença e até então conhecia pouco sobre autismo.
“Começamos a pesquisar, mas eu levei em torno de 5 meses para digerir e fazer
algo que realmente ajudasse eles”.
O tratamento é feito através de acompanhamento
fonoaudiólogo para estimular a comunicação verbal e não verbal. “ O
primeiro passo é estimular a expressão facial da criança, estimulando também o
tato da criança. A comunicação verbal acontece com o tempo, quando a criança já
se sente mais à vontade com o ambiente”, afirma Aline Pinheiro, fonoaudióloga.
Para o professor de educação física Sergio
Borba, outro método que auxilia no desenvolvimento é a repetição de exercícios
lúdicos, para que a criança, além de gravar, se enturme com o ambiente que ela
vive. “É necessário que a criança se sinta bem dentro de sala de aula ou em
quadra, por isso exercícios de repetição, além de estimular o cérebro, auxilia
na interação dele com os colegas”, conclui o professor.
Conforme pesquisa do governo dos Estados
Unidos, os casos de autismo subiram para 1 em cada 68 crianças com 8 anos de
idade, dados divulgados em 2014 e o principal objetivo do dia Mundial da
Conscientização do Autismo é para que os pais e profissionais fiquem mais
atentos aos diagnósticos, para que o laudo seja feito o quanto antes,
aumentando assim a qualidade de vida do autista.
Fonte: cotidiano.sites.ufsc.br